Projeto Raízes aponta para a qualificação e certificação do Sector do Turismo

Jorge Revez / Presidente da Direção APDM – Projecto Raízes

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Terminada que está a primeira fase deste projeto, vão surgindo as primeiras reflexões, e sobretudo resultados do seu impacto em Santo Antão e, de forma mais indireta, em Cabo Verde. E que, de uma forma geral, apontam para a consolidação da oportunidade que constitui para as ilhas de montanha em particular, mas para o país em geral, um modelo de desenvolvimento do turismo sustentável, seguro e normalizado, como o fizeram ou estão  a fazer, destinos similares.

Evidencia-se que o turismo sustentável deve obedecer a um conjunto de princípios e valores baseados na salvaguarda do ambiente e dos recursos naturais, garantindo o crescimento económico da atividade, implicando para tanto, um conjunto de ações que sejam socialmente justas, economicamente viáveis e ecologicamente corretas.

Reconhece-se que há várias formas de desenvolver iniciativas inseridas no turismo, entendendo este como um complexo de atividades. A forma como estas atividades se articulam com o tecido produtivo dos territórios e com as comunidades locais constitui um crivo que permite qualificar o nível de intervenção do turismo como fator de desenvolvimento e aproximá-lo (ou distanciá-lo) de um quadro de sustentabilidade.

Para tal, torna-se indispensável uma efetiva conjugação de esforços entre o poder central e local promovendo o reforço da economia, a geração de emprego, a proteção do ecossistema e a melhoria da qualidade de vida dos residentes, o que, em suma facilitará a sua fixação e apego à Ilha, contrariando assim, o fenómeno do êxodo rural que desde há muito vem deixando marcas e prejudicando o normal processo de desenvolvimento de Santo Antão.

E essa conjugação de esforços deverá traduzir-se de igual forma qualificação mais variadas atividades e profissões que concretizam a experiência turística procurando progressivamente a sua normalização e certificação, gerando confiança e, portanto, sustentabilidade ao setor.

É fundamental termos presente que o paradigma da sustentabilidade, é mais do que uma necessidade nos dias de hoje, é um imperativo os destinos turísticos respeitarem, monitorizarem e terem evidencias de que a sustentabilidade é objeto de gestão por parte das organizações ou entidades gestoras do turismo.

Neste desiderato, o sector do turismo deve interiorizar a necessidade de gerir este processo, que abrange as vertentes económica, social e ambiental, mas igualmente, e ainda mais no contexto de pandemia em que vivemos (e que provavelmente teremos de ter em conta nos tempos próximos) nas dimensões da qualidade, da segurança médica e sanitária, entre outras. E é também por isso que a Normalização do setor do turismo, assume particular importância e urgência. É por isso de realçar o caminho que já está a ser percorrido nesse sentido, mas que urge ampliar e acelerar, por parte da Comissão técnica de Normalização para a para Oferta Turística.

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