Ministro do Ambiente defendeu harmonização entre o desenvolvimento turístico e a conservação da natureza

O ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva,

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defendeu que Cabo Verde precisa harmonizar os interesses do desenvolvimento turístico com a conservação da natureza, mas que para tal precisa “driblar” alguns desafios.

Segundo o governante, se por um lado o país tem um “ecossistema frágil” e precisa ter uma abordagem para a sua conservação, por outro, enfrenta o desafio do desenvolvimento económico para assegurar o emprego e o bem-estar às pessoas, sendo que o turismo é uma das formas de alcançar o crescimento, já que representa cerca de 25% do PIB nacional.

“Há a necessidade de aprendermos as boas práticas com os outros, tirarmos proveito do conhecimento técnico e científico e harmonizar os interesses do desenvolvimento turístico com a conservação da natureza”, defendeu Gilberto Silva ao presidir, na Cidade da Praia, a abertura da segunda reunião do comité de pilotagem do projecto “Integração da conservação da biodiversidade no sector turístico em sinergia com o reforço do Sistema de Áreas Protegidas de Cabo Verde”.

No entender o ministro, o projecto “é importante” para que Cabo Verde alcance esse objectivo, através da edificação de um sistema coeso de desenvolvimento do turismo que valoriza a biodiversidade e a geodiversidade no arquipélago, tirando proveito desses valores ambientais, mas que ajuda a conserva-los, garantindo que o Governo está “bastante empenhado” em resolver a problemática da integração do turismo.

Gilberto Silva frisou que o país tem 46 Áreas Protegidas, lembrando que é preciso, para além de alargar, também reforçar a capacidade de conservação das mesmas, o que demanda recursos e uma boa estratégia que deve ser assegurada pela participação de todos, estando ciente de que neste processo muitos constrangimentos serão encontrados.

“Os problemas que vão surgindo na integração desses interesses todos, vão nos ajudar, também, a crescer e a encontrar soluções adequadas à nossa realidade”, considerou o ministro, frisando que muitos países no mundo já fizeram esta caminhada, mas que Cabo Verde “não pode copiar” as soluções encontradas noutros países para a realidade nacional.

Ao fazer a sua intervenção no evento, a coordenadora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em Cabo Verde, Ilaria Carnevali, explicou que o projecto “Integração da conservação da biodiversidade no sector turístico em sinergia com o reforço do Sistema de Áreas Protegidas de Cabo Verde” pretende celebrar o “casamento” entre dois recursos fundamentais para o desenvolvimento sustentável do país, isto é, a biodiversidade e o turismo.

“É um casamento que está muito em linha com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e Agenda 2030 que faz um casamento ainda maior entre planeta, prosperidade, paz”, esclareceu, notando que avanços significativos têm sido registados em Cabo Verde neste sector, como por exemplo a rede das Áreas Protegidas que representa quase 20% do território nacional.

O projecto, na opinião da Ilaria Carnevali, representa um primeiro passo para uma nova geração de projectos, baseado não apenas na conservação da biodiversidade, mas que introduz, também, a questão da valorização e da gestão partilhada, integrando sectores económicos chaves do país.

O projecto, que iniciou a sua implementação em 2016, com a duração de cinco anos, tem um orçamento total de pouco mais de 13 milhões de dólares (cerca de 1,2 milhões de contos) e é financiado pelo Fundo Mundial para o Ambiente (GEF), PNUD e pelo Governo de Cabo Verde.

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