Projeto “Batuco nôs Alma”

Entrevista Bob Mascarenhas

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Silvestre Alberto Soares Ferreira Mascarenhas, conhecido no mundo artístico como Bob Mascarenhas, é natural de São Miguel Arcanjo Calheta, cantor e compositor que aprendeu a tocar violão com o músico e compositor Orlando Pantera, personalidade que cedo partiu mas que deixou um legado, tendo conseguido fazer uma reviravolta na música tradicional Cabo-verdiana.

Bob Mascarenhas tem dois trabalhos discográficos no mercado, Rapacinhu Lantuna 2012 e Rakodja 2016. Participou em vários concertos e festivais nacionais e internacionais e tem dado um importante contributo na promoção, preservação e valorização do Batuco.

Qual foi o seu papel na oficialização do Dia Nacional do Batuco?

 Sobre o Dia Nacional de Batuco, foi um projeto desenhado entre eu e o José Soares, onde conseguimos cerca de 3 a 4 mil assinaturas de batucadeiras, tendo sido apresentado ao Parlamento e aprovado por unanimidade.

Foi assim instituído o dia 31 de Julho como o Dia Nacional do Batuco, representando um grande dia para as nossas batucadeiras e a nossa cultura.

Como sabemos o batuco é o género musical mais antigo de Cabo Verde, surgiu na antiga Ribeira Grande, a Cidade Velha de hoje, por isso achamos que tinha chegado a hora de elevarmos o nosso batuco, dando-o o seu devido lugar e reconhecendo as mulheres que tem estado na luta para que este género não desapareça.

Da minha parte, tudo farei para que o nosso Batuco seja preservado e valorizado. Hoje em dia, em qualquer parte da nossa Diáspora encontramos um grupo de batuco, por isso esta data era mesmo merecida.

Para esta primeira celebração do Dia Nacional do Batuco, o projeto Batuku nôs alma” que faço parte, organizou um encontro com 6 grupos de batuco, sendo 5 de Santa Catarina e uma da Ilha do Maio, onde fizemos uma homenagem há 4 senhoras que dedicam-se ao batuco há muito tempo.

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Como está a decorrer o projeto de gravação de CD e DVD das batucadeiras na cidade da Praia?

 Seguindo o mesmo molde dos projetos discográficos e audiovisuais realizados na Calheta S. Miguel e em Santa Catarina, é que estamos a concretizar este novo projeto na cidade da Praia e futuramente no resto da ilha de Santiago. Na cidade da Praia para este ano, começamos com 5 grupos que já estão a gravar. É uma grande oportunidade de projetarmos as nossas batucadeiras, com qualidade. Já fizemos a captação de voz em estúdios profissionais e o Mestre Kim Alves é o produtor musical responsável. Logo que o áudio esteja pronto, começaremos a produção de vídeos com o responsável audiovisual do projeto, o realizador de televisão Fernando Tavares.

Qual a sua opinião acerca do contributo do Batuco na promoção do nosso turismo cultural?

O Batuco sempre deu o seu contributo na promoção do turismo cultural, estava a faltar o seu devido reconhecimento. Hoje qualquer turista que esteja num lugar onde tem batuco, ele vai querer lá estar porque tem algo especial que lhe atrai, logo ele pode querer saber mais sobre a nossa cultura. Hoje o cartão de visita da nossa terra é o batuco.

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