Ilha Maio: População ansiosa por conhecer estudo de impacto ambiental da obra de requalificação do porto

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Ilha Maio

Uma franja considerável da população da ilha do Maio tem se manifestado preocupada com a demora na apresentação do estudo de impacto ambiental do projecto de requalificação do porto local, cujo estudo preliminar foi socializado na ilha recentemente.

Conforme referem as pessoas que abordaram a Inforpress para manifestarem o seu estado de espírito a esse propósito, aquando da apresentação do estudo preliminar a 18 de Julho pela Empresa Nacional de Portos (ENAPOR), foi anunciado que o estudo de impacto ambiental ainda não estava concluído, facto que deixara já os presentes preocupados, por se tratar de um documento de extrema importância, porquanto, “é ele que define qual é o impacto ambiental que terá a baía de Beach Rotxa, considerada uma das sete maravilhas da ilha do Maio”.

De acordo com o estudo preliminar, o actual porto do Maio vai ser contemplado com duas rampas roll-on roll-off, um quebra mar na parte sul e uma cortina de protecção no lado norte, por forma a se permitir que a atracagem dos navios seja mais segura, mas essa engenharia vai provocar também alguma modificação visual à baia de Beach Rotxa.

Um dos interlocutores da Inforpress, o líder comunitário da Associação Pró-Morro, Agostinho Silva, é de opinião que aquando da apresentação do estudo preliminar, a ENAPOR deveria trazer consigo à ilha do Maio a empresa que está a desenvolver este projecto, por forma a socializá-lo com a população e recolher alguns subsídios, pois, “há muita gente com muita experiência particularmente do mar e que conhece bem a realidade da ilha”, frisou.

Além do mais, Agostinho Silva considera que durante a sessão de apresentação o PCA da ENAPOR teve dificuldades em responder às questões levantadas, “pelo que, sem margens para dúvidas, se justificava a presença do representante da empresa que está a desenvolver este estudo”.

Por outro lado, este líder comunitário disse ainda “que não ficou claro” como é que se vai conseguir o financiamento, tendo em conta que foi afirmado que o mesmo montante de cerca de 16 milhões de euros vai ser financiado em parte pelo Governo de Cabo Verde.

Entretanto, focalizando no projecto em si, Agostinho Silva chamou atenção ainda para a questão do “vento Sul”, que na sua opinião é “muito perigoso” no Verão, tendo adiantado que esse fenómeno pode mesmo impossibilitar a atracagem dos navios tipo roll-on-roll-off nesta época do ano, período que a ilha regista mais movimentos, visto que no mês de Setembro a ilha do Maio comemora o dia do seu município.

Contudo, realçou também a importância que essa obra representa para a ilha do Maio.

“A ilha precisa desta obra que é fundamental para o seu desenvolvimento, por forma a se estancar a migração dos jovens para as outras ilhas como Boa Vista, Sal e Santiago. É verdade que aqueles que já foram já não acreditam no desenvolvimento da ilha, mas nós que ficamos ainda acreditamos e esperamos que essa obra seja concluída no prazo estabelecido”, enfatizou.

Mesmo assim, fez questão de lembrar que o Governo tinha anunciado que o concurso para execução da obra seria lançado em entre final de Junho e início de Julho, “o que não aconteceu, e já vamos em Agosto…”.

“A nossa preocupação prende-se em parte com a questão do cumprimento dos prazos, porque ficamos ansiosos por saber, primeiro, quando será o concurso e depois quando virá o porto, porque é preciso financiamento…”, concluiu.

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