A ilha cabo-verdiana do Maio passa a contar com ligações áreas três vezes por semana (às segundas, quintas e domingos), o que, na opinião dos operadores turísticos, é uma “medida lesiva” para o setor.
Operadores turísticos na ilha do Maio, em Cabo Verde, manifestaram-se esta quinta-feira “descontentes” com o novo plano de voo colocado em vigor pela companhia área Binter CV, que entrou hoje em vigor.
A ilha cabo-verdiana do Maio passa a contar com ligações áreas três vezes por semana (às segundas, quintas e domingos), o que, na opinião dos operadores turísticos, é uma “medida lesiva” para o setor do turismo na ilha, visto que muitos dos seus clientes já cancelaram as viagens.
Segundo Ornela, em representação do empreendimento turístico Stella Maris, o mais grave é que esta medida foi divulgada “tardiamente”, aliás, sintetizou, num momento em que todos os seus clientes já tinham as reservas feitas e com passagem adquiridas.
Conforme avançou Ornela à imprensa local, todos os operadores turísticos estavam a contar que iriam ter uma época alta com vários clientes, mas que devido a este novo plano os turistas já manifestaram descontentamento, cancelando as reservas e a procurarem outros destinos para passar férias.
“Este plano de voo é muito lesivo, tanto para os turistas como para nós, porque muitos que preferiam passar uma semana na ilha, agora não vão puder fazê-lo, visto que são obrigados a ficarem mais dois ou três dias na Cidade da Praia e reduzirem a estadia no Maio, horário de voo que os impedem de apanhar voos internacionais”, salientou.
Por seu lado, o gerente do Hotel Big Game, Matia Ricci, disse também que muitos clientes, “zangados” com a companhia Binter, já cancelaram as suas reservas dizendo que vão procurar um outro destino, porque compraram os seus bilhetes com alguns meses de antecedência e só agora, no momento em que pretendiam viajar para ilha, recebem a informação que vai ser implementado um novo plano de voo.
Aquele operador turístico defendeu que este plano de voo é incompatível para um turista que queira visitar a ilha e depois apanhar o voo internacional de regresso ao país de origem, salientou que “ o mais grave” ainda é que um turista que queira vir visitar a ilha possa cancelar a sua viajem, porque não tem garantia de que esse plano de voo vá continuar, porque “eles querem uma garantia de regresso”.
O entrevistado afiançou ainda que todos os operadores estavam a contar com uma época alta, mas a situação é totalmente diferente. “Desde que estamos a operar na ilha este é o pior ano por esta altura comparando com os anos anteriores, porque neste momento temos somente dois a três quartos ocupados”, concretizou.
Matia Ricci vai mais longe ao afirmar que os sucessivos governos “têm feito de tudo para que o turismo na ilha não avance” e apontou como exemplo a mudança contínua de voos, além do prometido arranque dos trabalhos da requalificação do porto que até o momento nada foi
feito. Confessou, por fim, que tem aconselhado os seus amigos que queiram investir na ilha, para procurem outro sítio, porque “aqui tudo está parado e cada ano pior”.