Ministro da Cultura de Cabo Verde defende continuidade do projeto Concha

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O ministro da Cultura de Cabo Verde defende  a continuidade do projeto Cocha, de forma a enriquecer os museus do arquipélago e permitir que as universidades aprofundem as suas investigações sobre a história do país.

Abraão Vicente teve este posicionamento, terça-feira (28), ao fazer o acompanhamento “in loco” dos trabalhos de mergulho realizados na baía da Cidade Velha, para pesquisas subaquáticas ligadas ao projeto Concha, que explica as diferentes formas pelas quais as cidades portuárias se desenvolveram em torno da borda do Atlântico no final do século XV e início do século XVI em relação aos diferentes ambientes ecológicos e económicos globais, regionais e locais.

“Todo o mundo sabia que no mar havia vestígios que poderiam ajudar a contar a história de Cabo Verde”, disse Abraão Vicente em declarações aos jornalistas que estiveram no local, tendo o governante realçado que o projeto Concha, muito mais que o seu eventual valor comercial futuro, “tem o seu valor de colocar lado a lado investigadores de Portugal e Cabo Verde num projeto internacional que une vários países no sentido de se mapear e catalisar melhor, aquilo que são as potencialidades cabo-verdianas neste domínio e, principalmente, das baias do ilhéu de Santa Maria e da Cidade Velha”.

“Percebemos a médio e longo prazo que trabalho de aprofundamento, podemos fazer. Não só para o enriquecimento dos nossos museus, mas também abrindo aqui um amplo campo de investigação para as universidades de Cabo Verde aprofundarem suas investigações sobre a história de Cabo Verde”, prosseguiu o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas.

Segundo Abraão Vicente, por aquilo que lhe parece ter percebido os investigadores (12 técnicos, entre arqueólogos, mergulhadores, antropólogos e engenheiros ambientais) têm mais pistas.

“Muito mais que certezas têm bastantes evidências, pois, notei entusiasmo por algumas descobertas, nomeadamente um mastro de navio em madeira que mostra alguma antiguidade, mas creio que estamos numa fase muito inicial. Há motivos para entusiasmo no sentido da investigação, mas não é um projecto que nos permitirá a curtíssimo prazo tirar demasiadas ilações”, acrescentou.

Para o governante, o mais importante é mostrar o campo científico que se abre para a investigação e mapeamento, para que os cabo-verdianos conheçam de uma forma mais aprofundada como é que se chegou ao arquipélago, que tipos de transacções eram feitas, quem vinha nos barcos e como é que se pode construir, de facto, não só a história de Cabo Verde, mas a dos próprios museus de Cabo Verde, de uma forma mais sólida e com conhecimento científico.

O projeto Concha, que já vai na sua segunda fase, explica as diferentes formas pelas quais as cidades portuárias se desenvolveram em torno da borda do Atlântico no final do século XV e início do século XVI em relação aos diferentes ambientes ecológicos e económicos globais, regionais e locais.

Para além de organizar oficinas académicas e publicações, o projecto pretende educar, envolvendo o público em pesquisas históricas com uma série de conferências e exposições e auxiliando as instituições públicas no desenvolvimento da conservação do património e do turismo.

Cabo Verde integra o projecto Concha, através do Instituto do Património Cultural (IPC), juntamente com a Universidade Pablo de Olavide, Old Dominion University, Observatório do Mar dos Açores, (OMA) – Trinity College Dublin Global, Associação para as Ciências do Mar, Universidade do Norte Mar, Ambiente e Pesca Artesanal, Universidade Federal de Sergipe e Eveha International.

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