Bolsa de Cabo Verde bate recorde e quer chegar às pequenas e médias empresas

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A Bolsa de Valores de Cabo Verde fechou o ano com um resultado histórico de dez colocações bolsistas, face à média anual de quatro antes de 2022.

O presidente da Bolsa de Valores de Cabo Verde (BVC) afirmou esta quinta-feira que os resultados de 2022 representam um marco para a instituição, que espera ultrapassar com o acesso das pequenas e médias empresas ao mercado de capitais.

“Podemos dizer claramente que foi um ano marcante a vários níveis, que irá permitir que em 2023 nós tenhamos uma meta mais alta, nomeadamente pequenas e médias empresas a recorrer ao mercado de capitais, com as mudanças que se avizinham feitas pela Auditoria Geral do Mercado de Valores Mobiliários, em termos de critérios de acesso, diminuição do montante mínimo necessário para as empresas estarem cotadas na bolsa”, disse hoje Miguel Monteiro, presidente do conselho de administração da BVC.

A Bolsa apresentou hoje na sua sede, na Praia, os resultados da oferta particular de subscrição de obrigações seniores do Internationl Investment Bank (iiB), a décima de 2022 (concluída em 28 de dezembro) e a maior individual de sempre, envolvendo 2.400 milhões de escudos (21,8 milhões de euros) para financiamento da atividade do banco, com maturidade em 2025 e juros de 3% ao ano, garantindo uma rentabilidade aos investidores superior às obrigações tradicionais.

O resultado desta emissão permitiu à BVC fechar o ano com um resultado histórico de dez colocações bolsistas, face à média anual de quatro antes de 2022.

“Ou seja, mais do que duplicamos o número de emissões de obrigações diversas (…) É claramente um ano de viragem”, afirmou Miguel Monteiro.

Acrescentou que o montante de emissões no mercado primário, incluindo títulos do tesouro, atingiram em 2022 os 27.925 milhões de escudos (253,3 milhões de euros), “traduzindo num recorde quanto ao volume de emissões no mercado primário desde o início das atividades” da Bolsa, há 25 anos.

Para 2023, Miguel Monteiro afirmou que o objetivo é aumentar o número de emissões e realizar a primeira emissão de uma ‘obrigação azul’ em Cabo Verde. Além disso, a BVC quer contar com “pelo menos” mais duas empresas cotadas – face às atuais quatro – e lançar os “Diáspora Bonds”, dirigidos à comunidade emigrante cabo-verdiana.

Com a operação hoje apresentada, o IIB tornou-se o emitente da bolsa cabo-verdiana “mais dinâmico”, quer em número de operações como em volume: colocou 3.139 milhões de escudos (28,5 milhões de euros) em quatro emissões bolsistas durante o ano passado.

“Nós efetivamente víamos que Cabo Verde tinha um espaço de mercado construído e implementado, mas não explorado. O que nós acreditamos é que o nosso ‘expertise’, enquanto banco de crise internacional e internacional variáveis de investimento, poderia efetivamente assumir uma componente complementar ao que o mercado já estava a ser capaz de fazer e oferecer”, justificou  o presidente da comissão executiva do IIB, Francisco Ferreira, sobre a estratégia adotada para captar recursos.

A capitalização da Bolsa de Valores de Cabo Verde ultrapassou no final de dezembro passado os 106.844 milhões de escudos (968,9 milhões de euros), impulsionada pelo crescimento das emissões bolsistas.

A capitalização bolsista – aproximação do valor de mercado das empresas e títulos — da Bolsa de Valores de Cabo Verde já tinha ultrapassado em abril, pela primeira vez na sua história, os 100 mil milhões de escudos (910 milhões de euros).

A Bolsa de Valores de Cabo Verde foi criada em maio de 1998 e conta ainda com quatro empresas cotadas, com destaque para o Banco Comercial do Atlântico (BCA, detido pelo grupo Caixa Geral de Depósitos) e para a Caixa Económica, e outras que emitem obrigações.

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