Cadeias hoteleiras espanholas lançam-se para conquistar África

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Marrocos e Tunísia, destinos tradicionais, juntam-se agora à Tanzânia, Cabo Verde, Maurícia e Moçambique. A presença mais forte no continente é a da Barceló, com 17 hotéis em África.

A aposta na internacionalização das empresas hoteleiras espanholas tem-se refletido nos últimos anos na entrada e expansão em África, um continente com elevado potencial de crescimento, mas que enfrenta problemas cruciais para o desenvolvimento do turismo como a conectividade e a segurança. África ainda está longe de recuperar os volumes turísticos pré-covid (está 35% abaixo, segundo dados da Organização Mundial do Turismo), mas os principais problemas que deve enfrentar para desenvolver o setor são aumentar a conectividade aérea, fortalecer a segurança jurídica e criar turismo infraestruturas. É assim que o explica o sócio responsável pelo Turismo e Lazer da KPMG, Luis Buzzi, acrescentando que as grandes empresas americanas, que dominam o mercado, têm um modelo de franchising em que os riscos de gestão não são assumidos pela marca, mas sim pela sua gestão e este é um padrão que, com poucas exceções, as empresas hoteleiras espanholas não seguem.

O Marrocos é um velho conhecido dos hoteleiros espanhóis, que agora também se expandem para o hemisfério sul, especialmente a Tanzânia (com Zanzibar em destaque), Moçambique e as paradisíacas ilhas Seychelles, onde o Meliá abrirá um hotel em 2025. Ao contrário do Caribe, ao qual as empresas espanholas construíram pontes décadas atrás porque é um lugar natural de expansão através de laços culturais, África tem uma grande vantagem para o turismo europeu, a proximidade nos fusos horários, pois estão em meridianos próximos.

A presença mais forte no continente é a da Barceló, que conta com 17 hotéis em África, 12 dos quais em Marrocos e na Tunísia. A empresa agrupa este continente com a zona do Médio Oriente, e neste agregado conta com mais de 5.500 quartos. Marrocos, com seis hotéis em cinco cidades, é um país estratégico para a Barceló desde que abriu o seu primeiro hotel em 2006. Desde então já investiu mais de 150 milhões de euros e prevê acrescentar outros 50 milhões em cinco anos em compras e reformas para continuam a crescer tanto nos segmentos de férias e urbanos, como em novos destinos, como a capital, Rabat. Além disso, a Barceló está a avaliar novos projetos em destinos onde já está presente, bem como em novos países como Cabo Verde, onde vai inaugurar um hotel de 5 estrelas na ilha de Santiago antes do final do ano, e Tanzânia, onde pretende construir um “resort” em Zanzibar.

Primeiro hotel espanhol em Seychelles

A Meliá tem 10 hotéis em operação no continente, com 2.780 quartos, e presença em Cabo Verde (5 acomodações), Tanzânia (3), Moçambique (1) e Marrocos (1). Tem mais 6 hotéis com 1.675 quartos em preparação em Cabo Verde (4 hotéis), Tanzânia (este ano vai abrir o Ngorongoro Lodge) e Seychelles (abertura prevista para 2025).

A Riu, com 17 hotéis e mais de 17.300 camas no continente, está presente em Cabo Verde (6), Marrocos (6), Tanzânia (Zanzibar) (2), Senegal (1) e Maurícias em construção (9). A empresa não descarta continuar a crescer no Senegal (com outro hotel contíguo ao que já tem lá) e noutros países vizinhos, mesmo com hotéis de cidade. Com taxas médias de ocupação nos hotéis Riu nos últimos meses a rondar os 90% e uma procura algo menor no verão, o mercado local também assume um papel de destaque para os hotéis desta cadeia, sobretudo devido ao turismo “ratos” (incentivos e congressos).

O turismo espanhol tem maior incidência nos hotéis marroquinos da família Riu, enquanto em países como a Tanzânia e Cabo Verde tem menos relevância, embora este último tenha potencial de crescimento graças a várias operações diretas que decorrerão durante o verão a partir de Madrid e Barcelona, eles apontam na empresa.

A Iberostar tem nove hotéis em África, seis deles em Marrocos e mais três na Tunísia, embora não tenha dado maiores informações sobre uma possível expansão no continente. Por seu lado, a cadeia hoteleira NH tem apenas um “resort” na Tunísia.

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